Tratamentos
Cirurgia preventiva e reconstrução de quadril
Cirurgia preventiva e reconstrução de quadril
A luxação do quadril na paralisia cerebral ocorre pelo desequilíbrio de forças musculares ocasionados pela espasticidade e consideramos luxação a partir de 50% de subluxação, Índice Reimers que calculamos a partir da radiografia da bacia. Daí a importância da Vigilância dos Quadris.
É uma condição muito frequente que deixa os pais e cuidadores com bastante medo e ansiedade e é a principal alteração ortopédica que nos preocupa também devido à alta prevalência e enorme potencial de sintomatologia, dor, rigidez e artrose. Crianças com paralisia cerebral nível GMFCS V (5) tem até 92% de chance de ter luxação do quadril.
A espasticidade é a grande causadora da deformidade por desequilibrar as forças musculares (adutores, flexores principalmente) aplicadas sobre o quadril da criança que está, obviamente, em crescimento.
É interessante ressaltar que os pacientes com paralisia cerebral nascem, na grande maioria das vezes, com os quadris no lugar (locados), ou seja, dentro do lugar e completamente normais. Contudo, devido ao desequilíbrio de forças causadas pela espasticidade, os quadris tendem a “sair do lugar” com o tempo, causando dores e incapacidades funcionais.
Inicialmente ao avaliar e acompanhar a criança com paralisia cerebral desde o início da vida iremos vigiar os quadris e definir quando radiografar e quando apenas avaliar clinicamente. E desde o início da vida indicamos fisioterapia para nos auxiliar nessa abordagem.
Uma vez que esse quadril começa a apresentar risco de sair do lugar, subluxação já é hora de medidas preventivas, procedimentos que possuem foco em tentar evitar que esse quadril precise de cirurgias maiores.
Caso haja mais de 50% de subluxação e isso esteja progredindo rapidamente já começamos a pensar em cirurgias de reconstrução, para manter ou recolocar o quadril no lugar. Durante os procedimentos, buscamos realinhar a articulação, corrigindo a posição dos ossos e restaurando a estabilidade, o que contribui para uma postura mais equilibrada e uma marcha mais eficiente para os pacientes que andam. Ou no caso dos pacientes níveis IV e V o objetivo é melhorar o posicionamento em cadeira de rodas, postura em terapias, mobilidade, higiene e prevenir dor e artrose dos quadris.
Em adolescentes ou adultos com quadris gravemente acometidos que não seja possível mais a reconstrução há o que chamamos de cirurgia de salvamento que objetiva amenizar a dor e melhorar a mobilidade desse quadril. Para esses pacientes até mesmo a prótese do quadril pode ser considerada.
Pacientes que possuem subluxação inicial podemos pensar em toxina botulínica de adutores, Tenotomia dos adutores e flexores do quadril, hemiepifisiodese do fëmur proximal também é uma opção terapêutica a ser considerada que é a colocação de um parafuso para fazer o crescimento guiado do fêmur proximal com objetivo de não progredir para uma luxação do quadril.
Lembrando sempre que não há solução fácil para problemas difíceis e cada caso precisa ser avaliado em conjunto e a família irá tomar a decisão de forma compartilhada comigo e com os terapeutas da criança.
Uma vez definido que será necessário fazer a reconstrução dos quadris da criança, precisamos alinhar várias questões importantes com a família e com a equipe multidisciplinar. Primeiro lugar, essa criança precisa estar inserida em terapias adequadas, a parte nutricional deve estar muito bem equilibrada, é fundamental que a criança faça uma alimentação equilibrada, esteja com a ingestão de proteínas diariamente. Caso apresente convulsões ou distúrbios de movimentos, medidas de controle desses movimentos podem ser compartilhadas com o neurologista da criança para que o pós-operatório seja mais tranquilo.
A reconstrução em geral é indicada para quadris com mais de 50% de subluxação e rapidamente progressiva, é realizada a osteotomia derrotatória e varizante do fêmur proximal com a colocação de placas e parafusos. E caso haja displasia do acetábulo (ou seja, o encaixe da bacia esteja afetado) haverá necessidade de correção com osteotomia acetabular, a mais comum que usamos é a técnica de San Diego ou Dega.
Associada a tenotomias de forma à la carte, ou seja, sob a necessidade específica para cada criança.
É fundamental a compreensão do conceito de equilíbrio do quadril, que é a necessidade de ambos os lados estarem com angulações semelhantes e alongamentos também semelhantes para que não evolua com nova luxação ou escoliose.
Lembrando sempre que a cirurgia correta depende do paciente certo no momento certo, e isso só sabemos ao fazer o planejamento de vida da criança.
O período pós operatório, por se tratar de uma cirurgia de grande porte, tende a ser realizado inicialmente na UTI. O tempo de internação pode ser, em média, de 05 dias, muito frequentemente é necessário realizar hemotransfusão.
A criança é colocada em uso de talas de lona e triângulos de abdução e não usa gesso na pelve no pós operatório do quadril.
A fisioterapia pode ser iniciada de imediato, com movimentos gentis, fisioterapia respiratória, mobilização no leito, etc.
A cirurgia dos quadris na paralisia cerebral pode ser feita de várias formas, desde procedimentos menos invasivos para casos mais brandos em pacientes mais jovens, até procedimentos mais extensos chamados de reconstrução dos quadris, ou até mesmo em último caso cirurgias de salvamento ou prótese em quadris de adolescentes ou adultos com PC.
É INDISPENSÁVEL O ACOMPANHAMENTO DO Ortopedista Pediátrico para avaliar os quadris dos pacientes com paralisia cerebral e REALIZAR A VIGILÂNCIA DOS QUADRIS.
A luxação do quadril na paralisia cerebral ocorre pelo desequilíbrio de forças musculares ocasionados pela espasticidade e consideramos luxação a partir de 50% de subluxação, Índice Reimers que calculamos a partir da radiografia da bacia. Daí a importância da Vigilância dos Quadris.
É uma condição muito frequente que deixa os pais e cuidadores com bastante medo e ansiedade e é a principal alteração ortopédica que nos preocupa também devido à alta prevalência e enorme potencial de sintomatologia, dor, rigidez e artrose. Crianças com paralisia cerebral nível GMFCS V (5) tem até 92% de chance de ter luxação do quadril.
A espasticidade é a grande causadora da deformidade por desequilibrar as forças musculares (adutores, flexores principalmente) aplicadas sobre o quadril da criança que está, obviamente, em crescimento.
É interessante ressaltar que os pacientes com paralisia cerebral nascem, na grande maioria das vezes, com os quadris no lugar (locados), ou seja, dentro do lugar e completamente normais. Contudo, devido ao desequilíbrio de forças causadas pela espasticidade, os quadris tendem a “sair do lugar” com o tempo, causando dores e incapacidades funcionais.
Inicialmente ao avaliar e acompanhar a criança com paralisia cerebral desde o início da vida iremos vigiar os quadris e definir quando radiografar e quando apenas avaliar clinicamente. E desde o início da vida indicamos fisioterapia para nos auxiliar nessa abordagem.
Uma vez que esse quadril começa a apresentar risco de sair do lugar, subluxação já é hora de medidas preventivas, procedimentos que possuem foco em tentar evitar que esse quadril precise de cirurgias maiores.
Caso haja mais de 50% de subluxação e isso esteja progredindo rapidamente já começamos a pensar em cirurgias de reconstrução, para manter ou recolocar o quadril no lugar. Durante os procedimentos, buscamos realinhar a articulação, corrigindo a posição dos ossos e restaurando a estabilidade, o que contribui para uma postura mais equilibrada e uma marcha mais eficiente para os pacientes que andam. Ou no caso dos pacientes níveis IV e V o objetivo é melhorar o posicionamento em cadeira de rodas, postura em terapias, mobilidade, higiene e prevenir dor e artrose dos quadris.
Em adolescentes ou adultos com quadris gravemente acometidos que não seja possível mais a reconstrução há o que chamamos de cirurgia de salvamento que objetiva amenizar a dor e melhorar a mobilidade desse quadril. Para esses pacientes até mesmo a prótese do quadril pode ser considerada.
Pacientes que possuem subluxação inicial podemos pensar em toxina botulínica de adutores, Tenotomia dos adutores e flexores do quadril, hemiepifisiodese do fëmur proximal também é uma opção terapêutica a ser considerada que é a colocação de um parafuso para fazer o crescimento guiado do fêmur proximal com objetivo de não progredir para uma luxação do quadril.
Lembrando sempre que não há solução fácil para problemas difíceis e cada caso precisa ser avaliado em conjunto e a família irá tomar a decisão de forma compartilhada comigo e com os terapeutas da criança.
Uma vez definido que será necessário fazer a reconstrução dos quadris da criança, precisamos alinhar várias questões importantes com a família e com a equipe multidisciplinar. Primeiro lugar, essa criança precisa estar inserida em terapias adequadas, a parte nutricional deve estar muito bem equilibrada, é fundamental que a criança faça uma alimentação equilibrada, esteja com a ingestão de proteínas diariamente. Caso apresente convulsões ou distúrbios de movimentos, medidas de controle desses movimentos podem ser compartilhadas com o neurologista da criança para que o pós-operatório seja mais tranquilo.
A reconstrução em geral é indicada para quadris com mais de 50% de subluxação e rapidamente progressiva, é realizada a osteotomia derrotatória e varizante do fêmur proximal com a colocação de placas e parafusos. E caso haja displasia do acetábulo (ou seja, o encaixe da bacia esteja afetado) haverá necessidade de correção com osteotomia acetabular, a mais comum que usamos é a técnica de San Diego ou Dega.
Associada a tenotomias de forma à la carte, ou seja, sob a necessidade específica para cada criança.
É fundamental a compreensão do conceito de equilíbrio do quadril, que é a necessidade de ambos os lados estarem com angulações semelhantes e alongamentos também semelhantes para que não evolua com nova luxação ou escoliose.
Lembrando sempre que a cirurgia correta depende do paciente certo no momento certo, e isso só sabemos ao fazer o planejamento de vida da criança.
O período pós operatório, por se tratar de uma cirurgia de grande porte, tende a ser realizado inicialmente na UTI. O tempo de internação pode ser, em média, de 05 dias, muito frequentemente é necessário realizar hemotransfusão.
A criança é colocada em uso de talas de lona e triângulos de abdução e não usa gesso na pelve no pós operatório do quadril.
A fisioterapia pode ser iniciada de imediato, com movimentos gentis, fisioterapia respiratória, mobilização no leito, etc.
A cirurgia dos quadris na paralisia cerebral pode ser feita de várias formas, desde procedimentos menos invasivos para casos mais brandos em pacientes mais jovens, até procedimentos mais extensos chamados de reconstrução dos quadris, ou até mesmo em último caso cirurgias de salvamento ou prótese em quadris de adolescentes ou adultos com PC.
É INDISPENSÁVEL O ACOMPANHAMENTO DO Ortopedista Pediátrico para avaliar os quadris dos pacientes com paralisia cerebral e REALIZAR A VIGILÂNCIA DOS QUADRIS.